Quando a educação vira mercadoria


Início de ano é, para muitos, época de pensar na escola dos filhos. (Infelizmente também muitos se lembram da escola apenas nesta época). A movimentação em torno do início do ano letivo se dá geralmente por dois motivos: a lista de materiais, cujos itens variam muito em diversas escolas, e mesmo pela escolha da escola onde os filhos deverão frequentar. O que movimenta o setor educacional, especialmente o grupo de colégios particulares é, sem dúvida, a divulgação dos resultados do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) que é na maioria das vezes utilizado como propaganda da escola. Por vezes são exibidos em redes de TV, nas rádios, e jornais anúncios que dão destaque à classificação do colégio no exame. Daí a dúvida. Que tipo de colégio os pais estão procurando? Aquele que promete colocar os filhos em uma faculdade? O que lhe proporciona uma real aquisição de conhecimento? Conhecimento para a vida ou para o vestibular?

A tendência é que alguns pais relacionem qualidade a preço. Um erro absurdo. O simples fato de o colégio contar com estruturas invejáveis não garante sucesso no que diz respeito ao aprendizado. Não pense que uma mensalidade alta vai transformar seu filho em um gênio. Em se tratando de educação não há uma receita que dê alunos, todos bem preparados para a faculdade e para o cotidiano. É preciso atentar para questões como ritmo de desenvolvimento e aprendizado de cada aluno, estratégias pedagógicas, a presença de famílias participativas, que aliadas à estrutura do estabelecimento de ensino podem vir a propiciar uma experiência escolar proveitosa para os alunos, e essa tendência mercadológica, de corrida pelo aluno, não caminha no objetivo de proporcionar esta experiência.

por Bruno Oliveira.

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