Sobre o conclave - Um papa brasileiro?
Após a renúncia de Bento XVI o mundo volta as atenções ao Vaticano para acompanhar as reuniões que tem por objetivo eleger um novo líder para a igreja católica. Pela primeira vez um cardeal brasileiro aparece com grandes chances de assumir o posto, ou pelo menos a imprensa trabalha com essa hipótese. O Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo é indicado como um dos favoritos ao posto de papa, num conclave que tem todo um questionamento quanto aos rumos que a igreja católica deve tomar: permanecer coesa, fechada, conservadora, ou modificar-se, abrindo espaço a novas discussões e posicionamentos.
O que se questiona é se a eleição de um papa do terceiro mundo auxilia na abertura da igreja. E aparentemente isso não acontecerá. O posicionamento dos membros do colegiado independe de sua origem. E mais que isso, a eleição do novo chefe estará totalmente atrelada à duas posturas: a reestruturação político-econômica da instiuição (bem como a recuperação da imagem da igreja frente a escândalos estourados durante o último papado), e uma investida pastoral que evite a queda do número de fiéis ao redor do mundo. Ambos posicionamentos não pressupõem necessariamente uma abertura da instituição.
Embora dom Odilo seja um cardeal 'moderno', sua eleição não representaria um direcionamento progressista dentro da igreja. Seu nome tem força inicialmente entre os cardeais conservadores. Ele segue negando candidatura e favoritismo, enquanto fora do Vaticano se desenham duas candidaturas, a de Scherer e a de Angelo Scola, arcebispo de Milão. Como dizem que quem chega ao conclave como papa sai dele como cardeal, Scherer faz bem sua 'campanha', ressaltando que o momento não é de se levantarem nomes mas de pensar no bem da igreja.
Bruno Oliveira
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