Sobre a ''Rebelião dos Pingüins''
Eis que um dia o alunado chileno tomou consciência da situação educacional em seu país e resolveu cobrar as autoridades responsáveis. Paralisação. Todo um sistema educacional travado, e agora, o diálogo deveria ser não com representantes sindicais ou professores, mas com os estudantes. E estes, os mais prejudicados, não venderiam fácil o fim de um movimento que foi se organizando e tomando corpo a cada dia que passava, e mobilizando cada vez mais apoiadores dentro e fora do país. É bem diferente negociar com centrais sindicais e negociar com estudantes. São duas visões diferentes da mesma situação. Uma coisa é alguém defender os meus direitos, outra é eu tomar consciência e passar a lutar por estes.
E aconteceu que a mulecada deu um baile na administração e nos pensadores da educação. Talvez não pelo conhecimento do tema. Apenas pelas reivindicações e a presença nas discussões. A coisa tomou tanto corpo que o ministro da educação, descrente da força da juventude, sequer tinha ai tenção de ouvir os estudantes, viu o jogo virar: os estudantes agora não queriam negociar com ele. Perdeu o cargo.
Se o sistema não mudou por completo, se muita coisa continua errada, não importa. O que realmente importa é que o povo, consciente, fez barulho, causou incômodo na ordem estabelecida e isso não se vê todo dia. E não foi tão longe daqui. E também é possível aqui.
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