Quem é o culpado?

Escolas sem estrutura, alunos que se perdem no crime ou nas drogas cada vez mais cedo. Cada dia de aula se inicia prejudicado, ao passo que tudo está em falta. Não há livros. Quando estes existem, não há uma política de uso, reuso. Quando há essa política falta um ambiente favorável ao aprendizado. 40 alunos por sala. 40 universos. Muitos frequentam a escola há anos e não sabem por que estão ali. Direção despreparada. Falta diálogo. Mas sobram ordens. E se tudo der errado, passei a bola.

O sistema se vale dessa baderna para perpetuar-se. E livrar-se da culpa. Aliás, todos querem se livrar. Apenas um grupo não consegue. O dos professores. Tudo recai sobre o professor. Se o aluno não está na sala, se ele não se interessa, se a escola é uma baderna. Se os índices são ruins. Aliás, índices ruins são esfregados no rosto dos professores. É quando seu trabalho vira número. E números não aceitáveis te transformam em lixo.

Você, professor, não é lixo. Seu trabalho não gera números. Gera pessoas. Fale, critique, discuta, aponte. Não fique com a culpa. Ela não é sua. Ou não apenas sua.

Bruno Oliveira

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