A Guerra que não acabou
Hoje lembramos 100 anos do início de uma guerra. Mas não de qualquer guerra. A chamada primeira, mas que não foi a primeira do homem, pois este já guerreia há muitos e muitos anos. Mas a primeira de proporções mundiais, a primeira envolvendo as maiores potências.
Esta seria talvez a guerra primeira, mas a derradeira, pois com o fim do conflito, acabariam talvez as divergências, um modelo seria eleito, e assim não mais desacordos existiriam, dada a hegemonia de determinado país ou bloco. Mas não foi assim. Uma outra gigantesca veio, acabando com mais milhões de vidas e perpetuando desavenças, e o ódio.
Como pode o homem tentar promover a paz através de conflitos como o ocorrido entre 1914 e 1918, ou no período 1939-45. Como pode o homem buscar a paz promovendo derramamento de sangue e ostentação do ódio. É nítido que o que possibilita a guerra não é um espirito de fraternidade, nem a busca por esta. Antes de defender direitos, ou o bem estar da população, tenha certeza de que interesses particulares estão na frente. É o individualismo mostrando a cara, o poder mostrando as garras, e em função da ideia de hegemonia, de perpetuação no poder, matando milhares, quando não milhões de inocentes, que acreditam numa ideia de proteção da pátria, dos interesses do povo, que pouco importa para quem realmente plantou a guerra.
Em algum momento da história o homem descobriu a exploração. Neste momento também o homem deixou de olhar seu semelhante de maneira horizontal. O que passou a existir então foi o olhar de cima para baixo, a humilhação, o desejo de poder, de manter-se no poder a qualquer custo. Por isso existe a guerra. E enquanto o pensamento do homem girar em torno da competição, haverá o conflito.
No dia de hoje, temos de lembrar não apenas o inicio de uma guerra. Precisamos, assim como em tudo, ser mais profundos, e lembrar o auge da ganância do homem, o desinteresse pelo próximo, a ânsia de poder, que vitima mais pessoas a cada dia em nossa sociedade, nas guerras, no abandono do homem pelo homem, na exploração.
Bruno Oliveira
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