O dia em que tomei de 7 - Parte 1

Foi um massacre. Realmente uma vergonha. Sete gols na seleção histórica, de nomes históricos, de um futebol histórico, mas que hoje não encanta, que nada mais é do que passado. Um resultado tão incrível quanto a importância que damos a este desporto, seja o indivíduo praticante ou não. Mesmo o brasileiro que não gosta de futebol, deve ter sentido uma dorzinha, lá no fundo. 

Embora o brasileiro tenha um cotidiano de dor, de desilusão, trás consigo uma enorme ânsia de vitória e uma ideia de patriotismo, de amor por uma pátria que historicamente despreza a maioria de seus habitantes. É um amor doentio. Quanto mais se apanha, mais gosta. Claro, tudo inflamado pela mídia, e a ideia de Brasil, Brasil, Brasil.

Pois bem. a força desse ufanismo é tão grande, que faz com que acreditemos até na seleção que jogou a presente copa. Um selecionado fraco, dependente de apenas um jogador. Fraco de bola e de psicológico, quando o time precisou ser "time", ficou claro a "neymardependência" e a ausência de qualidade do grupo. E aí sofremos todos. 1, 2, 3, 4... Em um determinado momento eu não sabia quanto estava o placar. Não sabia se estava 3 ou 4. Estava 5 na verdade. E terminou em sete. E o povo chorou.

O vexame e o choro mostram, momentaneamente, a sujeira do futebol brasileiro, a safra fraca, a falta de investimento na base, que não se dá apenas no futebol mas em todos os esportes, a influência dos patrocinadores nas convocações. Mas apenas momentaneamente, pois a mesma mídia que promove o patriotismo ufanista, colabora para que a sujeira fique embaixo do tapete, e o esporte que é jogado nas periferias, nas ruas de terra, se torne uma máquina de fazer dinheiro. 

Bruno Oliveira

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