Filmes nacionais nas escolas: há estrutura?
Uma alteração na Lei de diretrizes e bases da Educação Nacional (9394/ 96) propõe que a partir de agora, as escolas de educação básica exibam mensalmente aos alunos filmes nacionais. Uma boa iniciativa, tendo em vista que a análise fílmica é importante prática no processo de ensino e aprendizagem. Mas a adoção dessa prática se dará da mesma forma em todas as escolas?
Ao pensarmos praticas diferenciadas em sala de aula (por que sim, exibir um filme ainda pode ser considerada prática diferenciada) precisamos pensar todo o processo. A escolha dos filmes, seu enquadramento na proposta pedagógica, a questão de horários, e principalmente de espaço. Todas as escolas tem um espaço para por em prática o que é proposto pela lei? E material?
A realidade da escola pública brasileira infelizmente ainda não possibilita que que as tecnologias de vídeo e computação sejam implantadas plenamente. Em muitas ainda não há aparelhagem, ou esta é antiquada. Em outros lugares a falta de vontade, ou comprometimento faz com que os alunos não possam desfrutar de uma experiência mais agradável e valorosa de ensino.
Para mudar a educação, não é necessário apenas que se publiquem leis, embora essas se façam necessárias. Legislar e não colocar em prática é um erro. E o prejudicado é o povo. A impressão que se tem é de que os profissionais que atuam em sala de aula não desejam aderir às novas tecnologias, então se cria uma lei, obriga a acontecer. Está errado. Para que a coisa aconteça é preciso dar aparato as unidades escolares. Fazer com que exista uma estrutura pronta para uso. E então agir no que diz respeito a inutilização das tecnologias dentro da escola.
Bruno Oliveira
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