Eleições e conservadorismo - Parte 1: Anomalia eleitoral
O povo pobre sofre. O povo pobre tem poucos instrumentos para tentar mudar um pouquinho só a sua realidade. Mas é fato, o povo é abarcado por uma série de informações erradas que o impedem de fazer uma escolha sensata em períodos como o que vivemos agora, onde devemos escolher nossos representantes.
Todo quadro ligado aos trabalhadores é repelido, pelos próprios trabalhadores. Principalmente quando um tal partido dos trabalhadores resolveu ser governo, num sistema dos patrões, onde a corrupção, o lucro extremo das empresas, e a desigualdade social são pressupostos básicos, e onde, em determinado momento, esse partido se fez corrupto também.
Mas o que considero mais complicado, é a blindagem recebida pelo sistema, e por aqueles que mais lucram neste. A elite, que comanda os governos, flutua por trás das câmeras, mantém as regras do jogo, e não apanha, já que os governos, aliados, comprados, vendidos, apanharão do povo em seu lugar.
Essa troca de papéis, ou esse fazer o jogo da elite, faz com que o povo, que escolhe o representante, se desiluda, deixe de acreditar. E esse é o perigo, pois desacreditado o povo é cooptado muito mais facilmente pelos representantes direto da elite.
É claro, se o partido do trabalhador se fez 'igual a todos os outros', o povo buscaria outras alternativas. E então, as anomalias eleitorais brotam do chão. O trabalhador vai lá e vota nos representantes do patrão. Agricultor individual vota no grande proprietário de terra, empregado vota no patrão, professor vota em quem quer privatizar a educação. São votos mutantes, sem classe, sem grupo, sem pertencimento.
Continua..
Bruno Oliveira
Comentários