Do princípio das dores


Agora em verdade não se fala mais em eleição. Não é mais o que importa. O que importa é levar a cabo o plano da direita, o plano da elite. É óbvio, grande parte das pessoas em marcha pelas ruas do país no dia de hoje não tem ideia da importância do posicionamento frente a elite, e tampouco faz ideia da importância do pensamento elitista sobre suas vidas. A falta de consciência de classe e apropriação da ideologia burguesa, é com certeza um dos fatores que mais contribuem para o que vemos no dia de hoje. Lógico, em parte a desinformação é de culpa do próprio governo do PT, já que os investimentos em educação, numa educação libertária, não existem. Dessa forma a confusão se instala, levando o governo a provar do próprio veneno.

Essa apropriação da ideologia do outro, vem acompanhada da disseminação do ódio. Muitas das manifestações vistas principalmente em redes sociais vão muito além de posicionamento político. Expressam, na verdade, posicionamentos de ódio em relação não ao governo, mas sim ao partido da presidenta, o PT. Tendo sido disseminado ao povo a ideologia burguesa, o passo seguinte foi reforçar o preconceito contra tudo o que remete ao PT e/ ou a esquerda.

No pré, durante e após as eleições, o objetivo é criminalizar o Partido dos Trabalhadores, toda associação e pessoa que demonstre apoio ao governo ou a tendências políticas de esquerda (Importante: mesmo àqueles que fazem oposição ao governo pela esquerda). Ou seja, mais que retirar Dilma do poder, o importante, e talvez o objetivo principal das mentes que orquestram manifestações como as de hoje, é criminalizar a esquerda no Brasil. E quando digo esquerda, falo de todos os que não concordam com o avanço de tendências conservadoras/ obscuras na sociedade.



A prova maior da disseminação do ódio foi o turbilhão de mensagens nas redes sociais contra pobres e nordestinos por seu voto em Dilma Rousseff quando da reeleição. Se o ódio não serviu para derrubar o PT nas urnas, com certeza serviu para ambientar e quem sabe, levar a cabo o desejo de derrubar o governo via golpe. E porque digo golpe? Porque quem não quer Dilma também não quer Temer, nem o PMDB. Quem não quer Dilma quer Aécio, Serra, Alckmin ou, indo ainda mais longe, uma intervenção militar, que talvez não seja fomentada pelas manifestações de hoje, mas pode ser fomentada pelo futuro que vamos viver, que será sim, de incerteza política, e talvez, e infelizmente de violência por política. As manifestações de sexta-feira, dia 13 de março, e as de hoje, dia 15, até agra de caráter pacífico, se enquadram apenas como o "princípio das dores".


Os arautos da honestidade que neste momento ensinam na TV o povo a protestar contra Dilma, não vão parar de fomentar o golpe nas próximas semanas e meses. Muito mais ódio será disseminado. Muito mais a esquerda será criminalizada. Muito mais o pobre será criminalizado. Gasolina a R$ 3,00 vai ser só o começo. Dólar a 4 vai ser fichinha. Pancadaria, gás lacrimogênio e coisas do tipo também. Infelizmente.


Bruno Oliveira.
Tecnologia do Blogger.