#Nãovaitergolpe


O que vemos acontecer nessa semana no que diz respeito a política de nosso país pode ser classificado como a maior palhaçada política dos últimos tempos, um teatro, uma sandice promovida pelas piores figuras que poderiam ocupar o congresso nacional e, após 2014 o ocupam, formando a bancada mais conservadora (golpista) desde o golpe de 1964.

Sobre a bancada, é tudo o que poderíamos esperar. O músico toca, o jogador joga e o golpista dá golpe. Na primeira chance que tiveram como maioria, não deu outra: desde 2014 vemos uma série de tentativas de desestabilizar um governo que é bem difícil de se defender, é verdade, mas que é um governo eleito, e aí reside o problema, ou um dos problemas nisso tudo: respeitar a vontade popular.

Nossa elite é extremamente atrasada,  impossibilitada sequer de comportar/ aceitar um jogo de conciliação de classes dentro do sistema capitalista. É uma elite apegada ainda ao sistema colonial, e as práticas escravistas. Não suporta a ascensão dos mais pobres à classe média, usa de seus soldados/ cães raivosos da antiga 'classe média falida' para disseminar o ódio de classes, seja no dia a dia, seja em tempos como os que vivemos, onde em manifestações protofascistas o cidadão diferente do padrão mid-high-society brasileiro seja agredido verbal e fisicamente.

Qualquer governo que represente os trabalhadores terá muita dificuldade para trabalhar, em qualquer lugar do mundo. Mas no Brasil isso se dará com extrema dificuldade pela nossa composição ideológica. Nossa maravilhosa elite anos 1640, seus governos historicamente/ histericamente conservadores, nossa maravilhosa mídia padrão globo/ veja, aliados a um sistema educacional fraco, criaram essas multidões pró-ditadura, pró entreguismo, pró qualquer coisa e anti vermelho. Sim, anti vermelho, mais que anti PT. Anti esquerda. Anti Paulo Freire, anti Marx, anti avanços sociais. Como pode uma pessoa pobre, trabalhadora, abominar sindicatos, centrais de trabalhadores? Como pode estudantes abominarem a UNE? Esse tipo de fenômeno só se explica a partir de nossa ausência de consciência de classe/ social. Faltou aula de História, no mínimo.

Assim chegamos ao contexto político atual. Muita gente apoiando o lado errado, por desinformação, e o caos instalado. A mídia forma historiadores, cientistas políticos, verdadeiros cães raivosos, muitos sedentos por justiça, mas que servem aos piores interesses possíveis no momento. Apoiam golpistas. Apoiam os patrões, a fiesp (patronal/ golpista). Apoiam ditadura, 30 anos depois de o Brasil sair de uma. Por individualismo, sim, mas por desinformação. E ficamos todos, à beira de um colapso.

Mais importante agora que defender o PT ou Dilma é defender nossa jovem e frágil democracia. É entender que eleição se perde e se ganha, é buscar cada vez mais informação para não ser enganado. É não abandonar as pautas históricas dos trabalhadores, maioria, tão sofrida e que leva o país nas costas. É cobrar reformas no sistema educacional, caminho por onde o povo pode chegar ao conhecimento. É cobrar que essa palhaçada de golpe, trazida por lobos em pele de cordeiro, seja eliminada o mais rápido possível, antes que irmãos nossos, brasileiros, percam suas vidas nas ruas.

Eu entendo a desinformação dos meus irmãos, entendendo a busca por melhorias para nossa sociedade, a indignação, mas há caminhos para se chegar a tal fim. E não é a via Temer/ Cunha/ grande mídia/ patronado que nos levará a nosso objetivo. De mentiras do governo/ sistema já estamos fartos todos, só que mais mentiras não nos levarão a lugar nenhum.

Eu não posso afirmar que "não vai ter golpe", mas posso dizer, "não podemos passar novamente por um golpe." Lembremos Goulart e Allende Gossens. Aprendamos com a nossa história.

Bruno Oliveira.

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