Ponte para o futuro

Hoje tive a oportunidade de entrar em contato com o documento elaborado pelo PMDB, intitulado 'ponte para o futuro'. É o documento que expressa todo o rito do pós golpe no plano sócio-econômico. Já tinha ouvido falar sobre o famigerado texto, e após fazer a leitura deste apenas me convenci do que está acontecendo em nosso país e, na verdade, também no mundo todo. A tendência que se vive é de uma guinada conservadora, que se transveste de evolução através do livre comércio, livre iniciativa.
O que o documento do PMDB explícita é um desejo de caminho que diminua o tamanho do Estado brasileiro, e entregue numa bandeja as riquezas do país nas mãos das empresas internacionais. Partindo desse ponto, podemos, mas não é necessário imaginar o futuro que espera o Brasil. Por que não? Porque o próprio documento nos diz.
Segundo a tal ponte, o Brasil precisa rever a questão da obrigatoriedade dos gastos fixos do orçamento, como por exemplo os gastos com saúde e educação. Deve fomentar a iniciativa privada (entregar os serviços), retomando os antigos modelos de concessão, inclusive no que diz respeito a Petrobras. Além disso, o documento aponta gastos excessivos do Estado com políticas públicas que 'não dão resultado', e pede também flexibilizações na área trabalhista.
Quando diversas figuras da política brasileira falam em construir pontes, devemos saber de que ponte estão falando. É desta, que nos leva ao fim do estado de bem estar social, e nos coloca numa sociedade totalmente entregue às grandes empresas, aos magnatas do petróleo. A sociedade da vitória total do capital, que não pode dar certo, ao passo que beneficia apenas aqueles que já vivem em berço de ouro, lucram com a miséria e a desgraça do outro.
Uma ponte que não sugere a taxação de fortunas, a redução do lucro do empresariado, mas que avisa, que as coisas não vão melhorar rapidamente para o trabalhador, e que pede mais, no áudio 'vazado' do 'presidente' Temer, paciência e sacrifício por parte dos mais pobres. Que ponte é essa?
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