O 2018 que nos espera
Mais um ano. Mais uma etapa que se inicia. Mas o que é realmente novo na situação social em que vivemos? O que esperar desse ano a partir do que temos visto nos períodos anteriores?
O que vimos nos últimos anos é difícil de entender. Toda uma jornada aparentemente progressista no Brasil, e também no plano global, com a liderança de Obama, ruiu com uma movimentação conservadora que tem como expressões a queda de Dilma, a eleição de Macri e Trump, no plano político, e diversas atitudes nas ruas e nas redes que mostram como essa tendência tomou força entre nós num curto espaço de tempo, impulsionada com ajuda da mídia tradicional, que atua indiretamente no inconsciente popular.
É essa ajuda que faz com que vejamos nas ruas e lares agressões contra minorias e a perpetuação de uma cultura patriarcal que, através do discurso da manutenção de uma ordem e de valores colabora para a manutenção, na verdade do estado sócio-econômico de coisas, em suma mantendo a riqueza nas mãos daqueles que já a detém, e afastando a possibilidade de uma sociedade que caminhe rumo a uma realidade mais igualitária/ solidária. O discurso dos valores trás em si também o discurso da propriedade.
Ora, é difícil pensar que veremos situação diferente em 2018. Não há como ter perspectiva de mudança num cenário que é de aprofundamento do conservadorismo, mesmo num ano em que por exemplo, viveremos eleições presidenciais e parlamentares no Brasil. Vivemos um momento tão intenso que mesmo a vitória de uma candidatura dita progressista dificilmente vai barrar o avanço dos ataques contra os trabalhadores e os mais pobres.
É exatamente isso. Mesmo uma vitória do presidente Lula provavelmente não será capaz de reverter os retrocessos aos quais a sociedade brasileira vem sendo exposta. O povo não está pronto para votar um conjunto presidente/ parlamento, o que provavelmente faria de Lula um presidente como Dilma em seu segundo mandato: isolado, e sofrendo grande perseguição da mídia e do empresariado.
Há ainda um ponto para pensarmos, quanto a todo esse processo político que se arrasta desde 2015: Quem derrubou Dilma não o fez para reeleger Lula. E tanto o golpe quanto a não-eleição de Lula em 2018 não são o centro da questão. Diga-se de passagem, se a oposição optasse por manter Dilma no poder, seguiria aprovando todas as suas matérias, devido a força do congresso conservador eleito em 2014.
O centro da questão é a tendência mundial dos últimos anos, e que cobre também 2018 e os anos vindouros, de aperto contra o povo pobre, o fim do estado de bem-estar social e principalmente as vitórias populares da segunda metade do século XX. Além da acentuação dos conflitos contra ideias divergentes, e aprofundamento da cultura capitalista em regiões que ainda resistem à globalização, sendo o ataque cultural, totalmente necessário para o sucesso do arrocho econômico que deve crescer contra o povo com o aumento provável do desemprego e das situações inseguras de emprego criadas com as novas resoluções trabalhistas aprovadas ao redor do globo, além da redução de vagas de trabalho a cada passo que damos na revolução 4.0.
É um cenário sombrio, mas cujo período chamado 2018 não pode levar a culpa. O espaço de tempo nos foi dado pelo Criador, sendo que todos os problemas e dúvidas postas que marcarão esse próximo ano são de obra exclusiva do homem. O problema não é o espaço de tempo, mas a agenda posta em prática dentro de determinado espaço de tempo, e essa, comandada pela elite, visa apenas nos sufocar a cada ano que se inicia.
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